O pedido de anistia criminal e eleitoral aos condenados pela tentativa de golpe de Estado, o que incluiria o ex-presidente Jair Bolsonaro, é o mote das manifestações bolsonaristas deste domingo. Apoiadores foram às ruas do Rio, Brasília e outras capitais pela manhã. Na Praia de Copacabana, onde manifestantes ocuparam cerca de três quarteirões na altura do Posto 5, o senador Flávio Bolsonaro, mandou um recado direto aos chefes do Parlamento, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União-AP).

— Presidentes Hugo Motta e Davi Alcolumbre, com todo o respeito que tenho pelos senhores, não existe anistia criminal sem anistia eleitoral. Não cedam à pressão de Alexandre de Moraes (ministro do STF), porque os senhores têm que entrar pela História como aqueles que pacificaram o Brasil — disse o parlamentar, de cima do trio, onde também estava o governador Cláudio Castro (PL).

Na manifestação em Copacabana, também foi reproduzido para os apoiadores um áudio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Na gravação, ela diz que fala em nome do ex-presidente, impedido de comparecer por “injustiça e perseguição”. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília.

— Em 2022, mais de um milhão de pessoas ouviram o meu marido em Brasília naquela comemoração histórica do bicentenário da Independência. Hoje, por perseguição e injustiça, ele não pode falar. Mas nós falaremos por ele até que essa tirania e essa perseguição sejam vencidas — disse Michelle.

Michelle também fez críticas ao processo pelo qual o marido responde, no STF, e disse que hoje ele está “preso e humilhado por enfrentar o sistema”:

— As denúncias contra Moraes estão sendo levadas para o mundo. Isso não é ser contra a soberania, é para salvar o Brasil contra a ditadura que estamos vivendo. O devido processo legal foi destruído, as defesas foram sabotadas, inclusive a do meu marido — disse.