Morro de São Paulo: mais de 500 pessoas combateram incêndio em pousada
Cerca de 500 pessoas ajudaram a combater o incêndio que destruiu uma pousada em Morro de São Paulo, destino turístico de Caíru, na Bahia, na noite desta terça-feira, 10. A informação é da empresária Camila Reis, proprietária de um depósito que também foi atingido.
Em entrevista ao Portal A TARDE, a proprietária da loja de conveniência ‘Vinho e Mais’ relembra com tristeza as perdas que terá que arcar, já que ela guardava os itens do estabelecimento no depósito que foi atingido. Ela estima um prejuízo de R$ 50 mil.
“No depósito eu guardava os produtos da minha loja, que fica na 1ª praia. O local fica atrás dos chalés que foram tomados pelo fogo. Tive um prejuízo bastante significativo, em torno de R$ 50 mil. Até porque recebi novas mercadorias e tinha guardado tudo lá. Além do depósito, o telhado de um apartamento que eu tenho no local também foi atingido. Claro que nada se compara com a perda do meu amigo [o proprietário da pousada totalmente destruída], mas terei que trabalhar dobrado para conseguir me recuperar dessa perda material. E graças a Deus tivemos ajuda de mais de 500 pessoas que se mobilizaram para controlar as chamas”, comentou.
“Estava em casa deitado e ouvi som de pessoas correndo na rua. Fiquei sem compreender o que era e quando abri a janela da minha casa, um amigo meu estava com balde em mãos. Ele me avisou o que estava acontecendo e eu nem pensei duas vezes e logo peguei um balde para ajudar também. Era uma cena super assustadora, o fogo estava queimando tudo. Fizemos uma corrente voluntária, levando os baldes com água e jogando com os outros nativos e turistas que estavam no local. Se não fossem os nativos, eu nem sei o que aconteceria. Foi uma união emocionante. Passava um filme na cabeça vendo amigos meus perdendo os sonhos conquistado com tantas lutas. Mas graças à Deus conseguimos todos juntos apagar o fogo. Não teve ninguém feriado fisicamente, mas sim mentalmente”, relatou.
Apesar do alto prejuízo, a empresária prejudicada agradece por não ter acontecido algo pior. “Apesar dos prejuízos materiais, eu creio que Deus está no controle e que tudo isso foi um livramento, porque não tinha ninguém no momento. O local é passagem para pousada, imagine se tivesse alguém? Mas graças a Deus não tinha e isso foi o mais importante”.
A empresária contou ainda como ficou sabendo do incêndio. Segundo ela, foram momentos de desespero.
“Eu estava em casa, fiquei sabendo porque recebi um vídeo no grupo de WhatsApp. Eu fiquei paralisada. Estava com meu filho pequeno e não consegui nem ir lá ver de perto. Mas uma amiga minha estava no local e fez uma chamada de vídeo para que eu acompanhasse tudo em tempo real. Foi um momento de desespero, vendo tudo em chamas. E a perda para mim e para amigos. Mas a ajuda dos vizinhos, dos meus funcionários, além de funcionários de outras pousadas, foi fundamental para que o pior não acontecesse”.
Devido à localização da ilha, o Corpo de Bombeiros chegou ao local aproximadamente 1h20 após o início das chamas. A Prefeitura prestou suporte logístico, disponibilizando transporte e lanche para as equipes de emergência. A Polícia Militar, a Guarda Municipal e as ambulâncias do município também foram acionadas, com reforços vindos de Valença.
Ainda de acordo com a prefeitura, “o esforço coletivo foi fundamental para minimizar os danos e garantir a segurança da área. Felizmente, não houve feridos. Algumas pessoas foram atendidas devido à inalação de fumaça, mas o atendimento foi realizado como procedimento de praxe e todos foram liberados”, diz a nota.