Surf no Caos chega desta vez para um público maior. Foto: Águeda Mascarenhas/Divulgação.
Apremiada atriz baiana Rita Assemany faz as últimas apresentações do bem sucedido espetáculo “Surf no Caos” nos dias 27 e 28 próximos (sexta-feira e sábado) no Teatro Molière (Aliança Francesa). O monólogo foi escrito por Aninha Franco e propõe uma reflexão sensorial sobre a existência humana e as lutas em nome da liberdade. A peça tem direção da própria Rita e une diversas linguagens, como vídeo e fotografia, embalando o público com uma trilha sonora que remete a acontecimentos da história, batendo na nossa memória afetiva.
Em cena, uma humana se vê diante de suas percepções e memórias ancestrais. A símia bípede Lucy, considerada o primeiro ser humano primitivo, com mais de 3 milhões de anos, descoberta em 1974, na Etiópia, é um importante elemento dramático, que sintetiza os questionamentos da autora sobre a Humanidade e seus (des)caminhos.
. “Ficamos de pé! E agora, para que é que nós erguemos sobre nossas colunas?”, questiona o texto de Aninha Franco, que completa: “Por que você acordou quadrúpede e dormiu bípede? Olha a nossa situação agora! Todos sedentários, com a cabeça colada aos celulares. Que porra é essa, Lucy?! “
“Por que você acordou quadrúpede e dormiu bípede? Olha a nossa situação agora! Todos sedentários, com a cabeça colada aos celulares. Que porra é essa, Lucy?! “
Escrito em 2015 e encenado virtualmente durante a pandemia da Covid 19, com esporádicas apresentações presenciais no pequeno espaço da República AF, no Pelourinho, Surf no Caos chega desta vez para um público maior. Uma oportunidade para aqueles que desejam mergulhar no universo de uma dramaturga bem-sucedida – autora de sucessos como Dendê e Dengo e Oficina Condensada – e de uma atriz fora da curva, já reconhecida nacionalmente em papeis no cinema (Abril Despedaçado e Central do Brasil), na televisão (Justiça 2) e, claro, no próprio teatro, onde mescla a função de atriz e diretora.