Lá pelos anos 1990, um dos criadores do trio elétrico, o saudoso Osmar Macêdo subia com seu trio pela Ladeira da Montanha, acompanhado de seus filhos Armandinho, Aroldo, André e Betinho para fazer a volta na Casa D´Itália e descer pela Avenida Sete até a Praça Castro Alves. Era tudo de bom para o folião, que ainda podia ver e ouvir Moraes Moreira, Caetano Veloso, Gilberto Gil dando canjas luxuosas.

O ano marcou a criação oficial da fila do desfile dos blocos. O Trio de Dodô e Osmar – depois virou trio  Armandinho, Dodô e Osmar – estava subindo a Ladeira da Montanha para fazer aquele conhecido roteiro. O querido Osmar estava ali firme e forte. Até que veio o baque: a polícia os parou dizendo que eles só poderiam desfilar depois que passasse o último bloco. Mas ninguém sabia informar que horas isso aconteceria.

Mas a frase dita por um empresário da axé, ‘Nós não vendemos história, vendemos abadá’, chocou aos membros da família e hoje Armandinho Macedo relembrou ao CORREIO a sensação que teve na época:

“A sensação foi de desprezo. A mesma sensação que eu tive quando fizeram a fila dos blocos e não incluíram os trios independente. Nós fomos excluídos do Carnaval. Aquela sensação de que puxaram nosso tapete. A gente já estava ali há anos”.

Esse show, segundo define a produção, ‘celebra o legado vibrante dos Irmãos Macedo e presta uma homenagem a Caetano Veloso, reconhecido por sua contribuição à difusão do Trio Elétrico e da música baiana no Brasil’, eternizando a frase ‘Atrás do Trio Elétrico só não vai quem já morreu’, na música “Atrás do Trio Elétrico”.

A canção ‘transformada em hino do carnaval e da cultura popular brasileira, ao mesmo tempo em que sua genialidade artística e poética, projetou o trio como símbolo de brasilidade, modernidade e inclusão cultural, amplificando a força da música baiana como uma das mais autênticas expressões da identidade nacional’.