Coordenador do Mupoiba participa de ato em defesa da democracia na ALBA
“o exercício democrático possibilitou a eleição de um indígena ao governo do estado baiano, hoje, Jerônimo é o governador mais bem avaliado do Nordeste, apontado por pesquisa nacional”
Na manhã da última segunda-feira (8), na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) a liderança indígena Agnaldo Pataxó Hã Hã Hãe, coordenador-geral do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba), participou de um grande ato que marcou o primeiro aniversário da invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) por vândalos e golpistas inconformados com a vitória do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O evento reuniu diversas lideranças políticas e da sociedade civil, reafirmando o compromisso com a democracia e a resistência contra atos golpistas.
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) e a primeira-dama, Tatiana Velloso, o vice-governador, Geraldo Júnior (MDB), o presidente da ALBA, deputado Adolfo Menezes (PSD), o senador Otto Alencar (PSD), e a superintendente indígena da Sepromi Patrícia Pataxó, estiveram presentes no ato, junto com secretários, deputados, vereadores e líderes de dezenas de movimentos sociais e representantes de órgãos das esferas estadual e nacional.
Em seu discurso, Jerônimo destacou a importância da resistência democrática ao longo dos anos, mencionando a ditadura militar nas décadas de 60 e 70. Ele ressaltou que o aprendizado sobre democracia veio principalmente dos movimentos sociais e religiosos de esquerda, enfatizando a necessidade contínua de organização e participação popular.
“Durante muitos anos, o que aprendemos sobre democracia não foi na escola. Os livros e as escolas nos ensinavam democracia ao inverso. As disciplinas que nós tínhamos de democracia, todas elas, eram conteúdos oficiais e que não nos queriam ver libertos”, afirmou.
O governador destacou a importância dos políticos eleitos, como prefeito, governadores e presidente da República, mas ressaltou: “Não está em nós o poder da transformação da consciência. Se nós não tivermos os movimentos populares, se nós não tivermos as pessoas organizadas, a gente pode até fazer nosso papel, mas não resolvemos de forma definitiva o que queremos fazer com o Brasil”, afirmou.
Apesar da grande quantidade de lideranças políticas e da sociedade civil no ato da ALBA, tanto o número de pessoas que discursaram, como o tempo que foi dado para fala de cada um, foram limitados. Isso em razão do evento que ocorrerá nesta segunda à tarde no Congresso Nacional, em Brasília, cujo tema também é o 8 de janeiro.
Ainda assim, algumas personalidades puderam se posicionar no evento do Legislativo baiano, a exemplo do Agnaldo Pataxó Hã Hã Hãe, coordenador-geral do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba), que destacou a importância da democracia para os povos indígenas e a necessidade de proteger seus territórios. “A Bahia é o segundo estado em população indígena. Temos mais de 250 comunidades, mas nossos territórios estão sendo usurpados por organizações criminosas, por pessoas que não dão valor à vida. Os povos indígenas precisam existir”. Agnaldo destacou também eu sua fala que “o exercício democrático possibilitou a eleição de um indígena ao governo do estado baiano, hoje, Jerônimo é o governador mais bem avaliado do Nordeste, apontado por pesquisa nacional.” Finalizou a liderança do Mupoiba, que na oportunidade foi muito aplaudido por todos os presentes.
O governador Jerônimo, assim como outros políticos baianos, viajou para participar do ato no Distrito Federal batizado pelo presidente Lula de “Democracia Inabalada”.
Fonte: Blog Povos Indígenas